São Paulo FC sofre déficit financeiro por proibição de torcedores nos estádios pela CBF
O São Paulo publicou no mês de setembro uma lista com os prejuízos causados pela falta de torcida e visitantes no estádio, devido as novas normas perante o covid-19, o que acabou gerando um déficit de renda em bilheteria.
Segundo o atual presidente do clube Carlos Augusto, baixas na economia do clube eram previstas para o ano de 2020, entretanto com a chegada da crise criada pela COVID-19, essas baixas tomaram proporções além do previsto pelo clube.
Em apenas seis partidas com o Morumbi fechado para torcida, o São Paulo calculou um déficit de R$232.120,60, com média de R$43.424,12.
Este prejuízo pode ser categorizado como de imenso impacto até mesmo para o tricolor do Morumbi, e para que a reversão desta situação seja possível é necessário que o clube tome providências, incrementando a venda de artigos esportivos do clube, adquirindo mais verba através da venda de jogadores - além de também resultar em uma redução na folha salarial - e diminuindo gastos imediatos parcelando os salários de alguns de seus jogadores.
Prejuízos
do São Paulo nos últimos jogos com os portões fechados:
23/07 - São
Paulo 2 x 3 Red Bull Bragantino (Morumbi): R$ 172.278,54
29/07 - São
Paulo 2 x 3 Mirassol (Morumbi): R$ 70.653,02
13/08 - São
Paulo 1 x 0 Fortaleza (Morumbi): R$ 41.795,16
20/08 - São
Paulo 1 x 1 Bahia (Morumbi): R$ 31.588,88
26/08 - São
Paulo 1 x 0 Athlético Paranaense (Morumbi): R$ 43.061,92
30/08 - São Paulo 2 x 1 Corinthians (Morumbi): R$ 45.021,62
Expectativas financeiras do clube para 2020 foram ainda piores do que o esperado
Uma análise econômico-financeira realizada pelo banco Itaú em março desse ano estimava dados de perdas e ganhos dos clubes brasileiros da série A para 2020, em meio a pandemia. Apesar de a estimativa ser bastante pessimista, os números em relação a renda com bilheteria foram piores do que o esperado até hoje (28/09), tendo em vista que o clube lucrou apenas em torno de R$ 8 milhões em bilheteria no começo do ano, pois depois tiveram que atuar com os portões fechados.
Uma análise positiva e bem prevista foi o lucro por venda de jogadores, medida adotada por muitos clubes para arrecadar verba o suficiente para se manter durante os tempos de pandemia.
Prejuízos para o clube também atingem comércios locais da região.
Além de ser a casa de um dos maiores clubes de São Paulo, o Morumbi não deixa de ser um atrativo turístico que atrai frequentemente milhares de pessoas para ele, e move tanto dentro quanto ao seu redor centenas de comerciantes locais, sejam eles: vendedores ambulantes de comidas e bebidas, vendedores de produtos esportivos (camisas, bonés, bandeirões, brinquedos e etc.), além de bares e estabelecimentos que lotam em dias de jogos, e até visam esses dias como seus “carro chefes” de vendas.
Além dos paulistanos nativos, o estádio do Morumbi serve de atração para diversos turistas que visitam a cidade da garoa, tanto torcedores de times visitantes que vão para assistir os jogos, como os que vão apenas para conhecê-lo. Em dias de semana, o estádio recebe diversos visitantes em seu clube ou para fazer um tour pelo estádio, sendo que alguns não possuem nem ao menos interesse por futebol.
É claro que estes visitantes, além de irem ao estádio, usufruem do comércio local para comer, beber e as vezes até comprar souvenirs. Ou seja, além de venderem muito em dias de jogos para torcedores, os comerciantes locais também conseguem realizar negócios com alguns turistas, que em sua maioria visitam o local para conhecer o famoso estádio do São Paulo.
Estima-se que com a falta de torcedores no estádio e consequentemente visitantes ao local, mais de 100 vendedores ambulantes e estabelecimentos locais estão fechando todos os meses no vermelho, sendo que alguns já foram obrigados a abrir mão de seus comércios por conta disso.
Mas afinal de contas, qual seria a decisão mais correta e viável a ser
tomada?
Dados do ministério da saúde apontam que no Brasil em que as medidas de distanciamento social e uso de máscara não vem sendo respeitadas, temos mais de 140 mil mortos e mais de 2 milhões de infectados, portanto, não seria um bom momento para que hajam mais motivos para fazer as pessoas se aglomerarem.
Algumas medidas provisórias podem e estão sendo tomadas para redução de danos causados pela pandemia, como a venda de jogadores para aquisição de verba, redução de custos gerais como manutenção do estádio e do CT e o parcelamento do pagamento de algumas despesas (salários e dívidas governamentais).
A realização dos jogos sem presença de torcida gera um desfalque nos caixas de bilheterias, mas ao mesmo tempo economiza despesas em gastos com manutenção e serviços prestados aos torcedores presentes.
Apesar de os números causados pela Covid-19 estarem caindo mesmo após a flexibilização do isolamento, e estando cada vez mais distantes do pico anteriormente alcançado, a reabertura de eventos massivos como a presença de torcida em estádios de futebol pode gerar um relaxamento por parte da população, e ocasionar um novo aumento nos dados.
Isso significa que, até o momento, as previsões mais sombrias sobre uma segunda onda não se confirmaram, porém no reino unido, uma segunda onda de infectados com a doença já fora registrada com a flexibilização das medidas de quarentena.
Porém, o risco de isso acontecer nessas cidades, em especial em São Paulo, não está de forma alguma descartada, portanto, até que ponto a flexibilização pode ser viável sem comprometer os avanços obtidos para diminuição dos números? Essa é a questão do momento, pois se com a volta dos eventos a curva de infectados subir, não adiantará de nada fazer com que os mesmos retornassem, logo isso faria com que os eventos fossem cancelados novamente, e assim demorando ainda mais tempo para que retornem de forma provisória aos estádios, e é muito provável que volte somente após as campanhas de vacinação anti-covid entrarem em vigor.
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